O Turismo de Leiria-Fátima (TLF) anunciou em comunicado que rejeita a integração dos concelhos de Alcobaça e Nazaré no Turismo do Oeste, considerando que a eventual alteração do diploma legal retoma "a intenção de liquidar turisticamente" a região.
"Com grande evidência, existem os circuitos de visitação que incluem Fátima, Batalha, Alcobaça e Nazaré", refere um comunicado do TLF, realçando que o desmembramento do território da instituição contraria "os interesses regional e nacional na promoção de um produto turístico consolidado".
A nova lei das áreas regionais de turismo, de 10 de Abril de 2008, inclui no TLF os concelhos de Alcobaça, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Nazaré, Ourém, Pombal e Porto de Mós.
Contudo, os municípios de Alcobaça, a 13 de Outubro, e Nazaré, a 03 de Novembro, deliberaram pedir ao Governo uma alteração legislativa de forma a passarem a integrar o Turismo do Oeste, do qual fazem parte os concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.
Segundo o comunicado do TLF, "a maior parte dos empresários dos referidos municípios que trabalham no sector do turismo entende que o seu lugar natural é no Pólo de Leiria-Fátima".
A direcção do TLF aponta ainda a proximidade das eleições legislativas e autárquicas para justificar que "não faz qualquer sentido proceder a alterações" ao decreto-lei, acrescentando que "a iniciativa legislativa anunciada se vai traduzir em claros prejuízos para a região e para o país".
À Agência Lusa, o presidente do TLF, David Catarino, explicou que perante a iniciativa legislativa, em curso, a direcção "entendeu que não podia ficar calada", admitindo que a motivação para a mudança possa ter na génese "interesses político-partidários".
"Existe um circuito turístico consolidado, com Fátima, Batalha, Alcobaça e Nazaré", afirmou, questionando: "Teremos de procurar percursos alternativos?".
David Catarino defendeu ainda que este assunto deve ser objecto de "reflexão e decisão" após o próximo ciclo eleitoral, atendendo a que "responsáveis por estas decisões" podem não vir a ser reconduzidos nos respectivos cargos.