quinta-feira, julho 30, 2009

Na abertura do Verão de S. Martinho...

A acolhedora Praça Frederico Ulrich, em São Martinho do Porto recebe este sábado, 1 de Agosto, pelas 22h00, o espectáculo Edu Miranda e Trio (origem brasileira).

Um projecto de renome nacional, que chegou a Portugal em 2003 com o álbum “Choro de longe”. “Fado de Longe” e “Fado de Longe2” são dois álbuns a solo que misturam as belas melodias do fado com sonoridades e ritmos quentes do Brasil.

O Bandolim de Edu Miranda encanta todos aqueles que o ouvem, e o artista que conta já com trabalhos editados em colaboração com nomes de referência da música portuguesa e brasileira entre eles: Gilberto Gil, Mário Laginha, Maria João, Martinho da Vila, Filipa Pais, Pedro Jóia, João Afonso, Rui Veloso, André Sardet, Luís Represas, Isabel Silvestre, Real Companhia, Danças Ocultas e Amina Alaoui, além do trabalho que desenvolveu durante vários anos com o grande mestre da guitarra portuguesa António Chainho.

EDU MIRANDA bandolim
TUNIKO GOULART viola
GIOVANI GOULART bateria percussão

A entrada é livre. Não Falte!

quarta-feira, julho 29, 2009

quinta-feira, julho 16, 2009

Brincar na areia...

Praia das Crianças recebe a partir de hoje uma iniciativa da Junta de Freguesia de S. Martinho do Porto:

“ Brincar na Areia”

Jogos e animação na praia

Objectivos

-Dinamizar a praia de São Martinho do Porto criando um espaço, onde se realizam jogos e actividades para crianças, durante a época balnear.

-Animar e ocupar as crianças que frequentam a praia de S. Martinho do Porto.

-Sensibilizar as crianças para o problema da poluição, abordando este tema por meio de jogos e actividades diversas.

-Desenvolver a motricidade das crianças.

-Promover o inter-relacionamento e capacidade de jogar em grupo.

Público-alvo

- Crianças dos 5 aos 12 anos.

Localização do evento

- Praia de S. Martinho do Porto.

Data de realização

-15 de Julho a 31 de Agosto de 2009

(de segunda-feira a sexta-feira)

Horário

De Manhã 10:00 às 12:00

De Tarde 14:00 às 17:00

Recursos Humanos

-1 Animadora;

-1 Monitor.

Vitor Frazão estreia-se com “A Vingança do Lobo”...

“Crónicas Obscuras – A Vingança do Lobo”, é o título do livro lançado pelo caldense Vitor Frazão, que se estreia desta forma no mundo da literatura.
O sobrenatural domina a história, com lobisomens, vampiros, feiticeiros e obliteradores, uma sociedade dedicada ao extermínio de todas as criaturas paranormais.
Uma vampira atípica tem a ambiciosa missão de unir todas as divergentes espécies de ocultos, o nome colectivo dado aos seres sobrenaturais, contra os obliteradores que insistem em caçá-los.
O cenário é Nova Iorque do século XXI, onde o sobrenatural continua tão forte como em qualquer supersticioso e atrasado canto do mundo medieval.
Com a chancela da Chiado Editora, no âmbito da colecção Mundo Fantástico, ao longo de 447 páginas não faltam motivos para grandes emoções.
Vitor Filipe de Lemos Frazão, nascido a 16 de Junho de 1985 nas Caldas da Rainha, é filho de uma professora primária e de um comerciante.
Criado na vila de São Martinho do Porto, onde fez a escolaridade até ao 12º ano, viria depois a ingressar na Licenciatura de Arqueologia e História da Universidade de Coimbra.
Formou-se em 2007 e, desde então, tem-se dedicado ao acompanhamento arqueológico de obras em meio terrestre e subaquático.

In www.jornaldascaldas.com

quinta-feira, julho 09, 2009

Festas da Vila...

Estacionamento pago...

Foi aprovado por unanimidade, na última Assembleia de Freguesia, que no recinto da Freguesia (antigo campo de futebol) a Sul do Parque de Turismo Baía Azul se inicia a cobrança de taxas pelo estacionamento de viaturas.

.

Taxas aprovadas:

.

- Autocaravanas ....................Diária - €3,00

- Automóveis .........................Diária - €2,00

- Autocarros de Turismo .......Gratuito

.- Motos ..................................Diária - €1,00

Motas de água fizeram viagem entre a Nazaré e S. Martinho do Porto...

O Fórum Motas de Água reuniu no passado domingo, na Baía de São Martinho do Porto, cerca de 20 amantes de motas aquáticas de norte a sul do país.
Tratou-se de mais um passeio náutico organizado pelo Fórum Motas de Água, que optou por levar a cabo uma viagem entre a Nazaré e S. Martinho.
Segundo o organizador do evento, Miguel Mendes, “o mar da Nazaré resolveu pregar-nos uma partida, com ondas a rondarem os 2 a 2,5 metros durante mais de metade do trajecto”.
Depois do passeio náutico, os participantes estacionaram as suas motas de água na praia de São Martinho do Porto e reuniram-se num almoço convívio que teve lugar no restaurante Royal Marina, no cais.
Como recordação da iniciativa a organização ofereceu aos participantes peças de artesanato tradicionais da região.
O passeio terminou no Pão-de-Ló de Alfeizerão.
De acordo com Miguel Mendes, o Fórum Motas de Agua tem como principal objectivo desmistificar a má imagem das motas de água com iniciativas de cariz lúdicas e sociais.

In www.jornaldascaldas.com

Piscina de Salir do Porto - Câmara admite cobertura amovível para funcionar todo o ano...

A piscina de Salir do Porto pode vir a ter cobertura amovível, admitiu o vereador Tinta Ferreira, em resposta às críticas de que sem uma protecção a areia transportada pelo vento irá entrar em grande quantidade na piscina. Por outro lado, essa solução permitirá também a utilização fora da época estival, em vez de estar condicionado o seu funcionamento à altura do Verão.
Admito que possamos evoluir para no futuro pensar numa solução amovível que permita uma cobertura, e ter uma piscina descoberta no Verão e outro tipo de utilização noutros períodos do ano”, disse o autarca.
A principal vocação desta piscina é a atracção turística, com o intuito de ser um pólo de desenvolvimento turístico, atraindo também as pessoas que frequentam São Martinho do Porto”, referiu.
O vereador comentou que “está na altura de apostar em Salir do Porto para atrair turismo. Reconheço que ao longo dos tempos temos apostado mais na Foz do Arelho”.
A Câmara pretendia dar a gestão à Junta de Freguesia de Salir do Porto, mas esta autarquia declinou a responsabilidade, levando a abrir concurso para concessão a privados.
A ideia inicial era fazer com a Junta de Salir o mesmo que se fez com A-dos-Francos e Santa Catarina, mas o presidente da Junta de Salir do Porto não se sentiu vocacionado para gerir uma piscina com características turísticas”, relatou Tinta Ferreira.
Neste momento decorrem as obras de embelezamento da envolvente da piscina, mas ainda não há data de abertura, apesar de ter sido apontado o início do mês de Julho, o que não se concretizou.
Ao longo da construção, a obra sofreu algumas contrariedades, a principal relacionada com a falta de casas de banho para os funcionários, como foi apurado numa vistoria.
O investimento na piscina ultrapassa um milhão e duzentos mil euros. Inclui complexo de piscinas descobertas, um tanque de aprendizagem para utilização de adultos com as dimensões 12,5mx25m e um tanque de aprendizagem infantil de 8m x16m, para além de áreas de apoio aos utentes e público em geral, nomeadamente balneários, bar e esplanada e ainda instalações de apoio de praia para servir os banhistas.
Foi construída no espaço onde antes se fazia uma ocupação sazonal de apoio a actividades de campismo.

In www.oesteonline.pt

quarta-feira, julho 08, 2009

Aluno de São Martinho em 2º no campeonato de cálculo mental...


Mais uma vez, foi com enorme entusiasmo e fair-play que decorreram as derradeiras eliminatórias para apuramento dos Grandes Campeões superTmatik Cálculo Mental 2008/09.
Os 36 melhores alunos em cálculo mental a nível nacional reuniram-se no Centro Cultural de Cascais para participarem nas provas finais do III Campeonato Escolar superTmatik Cálculo Mental.
A Escola Básica 2, 3/Secundária de São Martinho do Porto fez-se representar pelo aluno João Pinto, do 7º ano, turma D, que ficou em 2º lugar a nível nacional.
O estudante regressou a casa com um troféu de cristal (de vice-campeão nacional) e uma estrela também em cristal (da fase internacional - online).
O campeonato envolveu 90 mil participantes de todos os escalões e foi desenvolvido em três fases. A primeira fase decorreu ao nível de escola (com a selecção do melhor aluno de cada ano de escolaridade), a segunda online e a final em Cascais, na qual participaram apenas os quatro primeiros classificados em cada escalão.

In http://www.oesteonline.pt/

terça-feira, julho 07, 2009

VI edição da Mostra de Cerâmica Criativa Contemporânea...


Expor obras contemporâneas de qualidade, resultado de um trabalho individual, utilizando exclusivamente cerâmica, é a proposta da VI edição da Mostra de Cerâmica Criativa Contemporânea de São Martinho do Porto.

A decorrer de 10 a 12 de Julho, na já habitual tenda posicionada na Praça Eng.º Frederico Ulrich, esta arte irá estar, em paralelo, de 10 de Julho a 9 de Agosto numa das salas de exposição do Ascensor e Posto de Turismo da Vila.

O número de participantes é limitado a 16 “criadores”, oriundos de várias pontes do País, com a particularidade das suas obras se adequarem aos critérios definidos pela organização. A Mostra faz parte dos eventos artísticos e plásticos em Portugal que oferecem maior harmonia estética, uma vez que compila obras com sentido, coerência e funcionalidade, sendo um excitante testemunho das capacidades criativas dos artistas portugueses.

Conversas Públicas - CDU...



VIIª edição das CONVERSAS PÚBLICAS

14 JULHO 2009

21:21 Horas

Na sala de reuniões, na sede da Junta/Assembleia de Freguesia de São Martinho do Porto

......................Temática: PROMOÇÃO DO CONCELHO.

.............................TURISMO.ÉPOCA BALNEAR.

.............................SITE.NOVAS TECNOLOGIAS AO SERVIÇO DOS MUNÍCIPES.
Convidado especial: ANTÓNIO JOSÉ CORREIA – Presidente da C.M.Peniche.

Ciclovia parada devido a impasse nas negociações...


A Ciclovia de Alfeizerão está parada devido ao impasse nas negociações entre a Câmara e um dos privados envolvidos nesta obra.

A Câmara Municipal de Alcobaça (CMA) garantiu, entretanto, que apesar deste percalço, a realização da ciclovia, que irá ligar Alfeizerão a São Martinho do Porto, não está em dúvida.

A obra, adiantaram os responsáveis autárquicos, só ainda não aconteceu devido ao prolongamento das negociações com o proprietário de um terreno por onde irá passar a ciclovia. A propriedade em causa é de um octogenário, recentemente hospitalizado por questões de saúde, e «os filhos recusaram viabilizar o negócio com a Câmara sem a presença do pai», disse à rádio Cister Gonçalves Sapinho, adiantando que «o dono já terá tido alta e que as negociações deverão, agora, ser retomadas».

Sobre a certeza de que a obra ira mesmo em frente, o presidente do executivo de Alcobaça lembra que a «ciclovia entre as vilas de Alfeizerão e São Martinho do Porto, assim como a requalificação do centro de Alfeizerão, são empreitadas que fazem parte do mesmo concurso e da mesma adjudicação, no âmbito do Plano de Acção do Oeste».

Entretanto, a CDU anunciou que pretende ver clarificadas, da parte da maioria PSD no executivo camarário, algumas questões que envolvem a realização desta ciclovia entre Alfeizerão e São Martinho do Porto.

É que, disse a CDU, «a empresa Estradas de Portugal já concluiu a repavimentação do troço, entre as duas vilas do concelho de Alcobaça, sem que fosse criada uma zona pedonal».

Ao vereador Rogério Raimundo, chegou, ainda, a informação de que «existem dificuldades em acordar a cedência de terrenos particulares para viabilizar a construção da ciclovia», mas o representante da CDU no executivo camarário pretende «confrontar o executivo sobre uma promessa feita por Gonçalves Sapinho», presidente do município de Alcobaça.

In www.cister.fm

segunda-feira, julho 06, 2009

Viagem pelas praias de há 100 anos...


Lugar temido antes de ser terapêutico. Lugar deserto antes da moda dos banhos. Eis a praia ao longo do tempo

Ir para a praia nas horas mais quentes. Ficar na praia. Deleitar-se no contacto com a areia, a água e o sol. Há cem anos tudo isto seria considerado excentricidade em Portugal. O conceito de praia como local de diversão é relativamente recente. Data de meados do século XX. Os banhos de mar foram, antes de mais, terapêuticos. E mesmo esta moda é coisa moderna, posterior à Revolução Industrial. No passado mais remoto – até ao 'despertar do desejo colectivo de praia', como lhe chama a historiadora e mestre em História Contemporânea Joana Gaspar Freitas – manteve-se a tradição de repulsa pela beira-mar, alimentada pelos perigos, reais ou fantasiosos, do oceano. Ultrapassados esses receios do desconhecido e, mais tarde, já no século XX, com a promoção do turismo de massas, não restam dúvidas: o fenómeno social da praia transformou completamente o litoral e, em alguns casos, significou a ruína da paisagem e do equilíbrio natural.

Homem da faina, o pai de Lurdes Batalha, de 67 anos, varina da Nazaré, morreu num naufrágio, após ter sobrevivido a uma trintena deles. Lurdes, que ficou sem o pai aos nove anos, tem memória da praia da Nazaré há muitas décadas e lembra-se do que ouviu contar sobre os hábitos de quem a frequentava no início do século – 'as famílias finas que traziam as criadas e ficavam os meses de Julho e Agosto.' Na Figueira da Foz, as mulheres tomavam banho vestidas, comenta Manuel da Cruz Silva, de 83 anos, engenheiro reformado. Na Praia da Rocha, António Duarte, comerciante, diz que os homens levavam uma camiseta para velar o peito. Em Sines, a avó de Francisco Lobo Vasconcelos, arquitecto, contou-lhe que 'a praia era importante por uma questão de saúde'. E não mentiu.

Os banhos de mar por indicação terapêutica surgiram no final do século XVIII na Inglaterra e na França. Em Portugal tornaram-se vulgares entre os grupos sociais mais elevados a partir da segunda metade do século XIX. Eram recomendados para vários tipos de doenças, entre as quais a anemia, raquitismo infantil e depressão. Na Nazaré, para maleitas dos ouvidos 'eram cinco banhos diários', lembra-se Lurdes Batalha de ouvir dizer aos mais velhos.

Os banhos eram administrados como se de medicamentos se tratasse. Segundo a historiadora Joana Gaspar Freitas, havia 'um rigoroso código de conduta a ser seguido por quem procurava nas praias a cura para os seus males'. Definia-se não só a época mais indicada para banhar-se, como a duração da estada balnear, o número de imersões e a duração das mesmas, sem descurar o vestuário adequado para entrar no mar. Praias indicadas, por exemplo, para o tratamento da tuberculose pulmonar eram as que ficavam entre Buarcos e S. Martinho do Porto e as do Cabo da Roca, Sines e Albufeira.

Joana Gaspar Freitas nota que 'a Imprensa do século XIX contribuiu de forma decisiva para a difusão da praia, pelo destaque que deu à estada das elites no Litoral, narrando as festas e a diversão que envolvia a temporada de banhos'.

O desejo de imitar a aristocracia, associado à melhoria das condições de vida, ao desenvolvimento dos transportes e à instituição do dia de descanso semanal conduziu à massificação da praia, sem que tal, como explica a historiadora, tivesse significado de imediato mistura de classes. Diferentes grupos sociais usavam diferentes trechos da costa ou frequentavam-nos em alturas diferentes do dia. Na Figueira da Foz, as senhoras tomavam banho ao meio-dia e o povo ia de manhã cedo.

Na segunda metade do século XIX, a regra era ‘a cada um a sua praia’. Póvoa de Varzim, Espinho e Figueira da Foz eram praias mais cosmopolitas, abertas a banhistas de todas as regiões e até de Espanha. Leça era a praia preferida da colónia inglesa do Porto e Pedrouços a eleita da burocracia lisboeta. Outras eram apanágio de famílias da aristocracia, como acontecia em Vila do Conde, Granja e Cascais, onde, a partir de certa altura, também a família real passou a marcar presença. 'A posterior instalação da corte em Cascais durante o Verão pode ser considerada como o movimento percursor da moda do banho em Portugal', considera a historiadora.

Em Cascais, já nos anos 40 do século XX, o pai de Severino Ribeiro, que foi o primeiro concessionário da praia da Azarujinha, era cumprimentado pelo Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, que, no Verão, se mudava para o Forte de Santo António, no Estoril – onde, em 1968, viria a cair da cadeira –, pagando a estada do seu bolso ao Instituto de Odivelas, ao qual o forte estava confiado. Salazar perguntava pelo miúdo a João Severino e dizia-lhe que o mandasse almoçar no forte com as alunas do instituto.

MUDANÇA

'No início do século XIX existiam longas extensões do litoral praticamente desertas ou povoadas apenas por pequenas comunidades piscatórias, cujos aglomerados eram constituídos por algumas cabanas feitas de materiais precários.' Logo que chegaram os primeiros banhistas foi preciso construir casas, pensões e hotéis para alojá-los, bem como cafés, casinos – em Cascais havia um à beira-mar – e lojas para entretê-los. Resultado: zonas até então desertas ou pequenas povoações de pescadores cresceram rapidamente de olho na oportunidade de negócio

Segundo a historiadora, 'várias vilas e cidades do nosso litoral são o produto do despontar do desejo colectivo da praia. É o caso de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Espinho, Nazaré, Figueira da Foz, Ericeira e Cascais, as mais antigas, e já no século XX, Vila Nova de Milfontes, Praia da Rocha, Quarteira, Albufeira e Monte Gordo.' No início do século XIX, a povoação de Espinho tinha 'pouco mais do que alguns palheiros de pescadoras e duas ou três casas de pedra e cal'. Quando foi construído o caminho-de-ferro tudo mudou – em 1918 contava já com vários edifícios elegantes, hotéis, teatros, casinos e cafés.

O crescimento urbano que se registou ao longo da costa portuguesa ainda no século XIX intensificou-se no século XX com o turismo de massas e tomou 'proporções desmedidas nas últimas décadas'. O que esta apetência sem regras significou para a orla costeira está à vista. 'A conversão do litoral num local apetecível e muito procurado implicou a sua transformação –o aumento significativo da área e do volume das construções, o aparecimento de avenidas marginais e paredões longitudinais, a edificação de casas o mais próximo possível do mar, tantas vezes em cima de dunas e arribas.' Os sistemas costeiros baseiam-se em equilíbrios precários que o fenómeno social da praia destruiu, como aconteceu em algumas zonas do Algarve, ou ameaça – caso do Sudoeste Alentejano. Esta pressão é uma das causas da erosão costeira a que assistimos actualmente. 'A construção de molhes, esporões, paredões e outras estruturas de engenharia pesada mais não são do que tentativas, infrutíferas, para tentar fixar um sistema natural que se caracteriza pela sua dinâmica', considera Joana Gaspar Freitas.

O areal de Espinho, que António Gaio, de 83 anos, diz ter sido o dobro na década de 30, não é caso singular na costa portuguesa. Os donos dos bares da Costa de Caparica têm visto o mar entrar-lhes pela porta adentro com regularidade, clamando então pela reposição artificial de areia. 'Quase 70 por cento da costa portuguesa está em risco de perder terreno.' O alerta é repetido pelo físico e professor catedrático Filipe Duarte Santos, que é também o maior especialista nacional em cenários, impactos e medidas para lidar com as alterações climáticas em Portugal.

'O dobro', diz António Gaio, sem avançar uma medida concreta. Os especialistas concluíram entretanto que, nos últimos anos, a taxa de recuo da costa tem variado entre 20 centímetros e nove metros. A zona de maior risco foi identificada entre a Foz do Douro e a Nazaré. A praia do Furadouro, em Aveiro, recua, em média, nove metros por ano. Na segunda metade do século XIX era frequentada principalmente pela gente das regiões e localidades próximas. Era uma praia modesta – nada como a Apúlia ou o Baleal, reservadas a famílias selectas. Na segunda metade do século XXI, a praia do Furadouro arrisca-se a desaparecer do mapa. Não será a única caso as previsões de subida da água do mar até um metro ou um metro e meio se concretizem. Praias pequenas, rodeadas de arribas, arriscam o mesmo destino.

Os fenómenos de erosão associados à subida do nível do mar que se prevê resultar do processo de mudança climática ameaçam devolver o Litoral à categoria do território inóspito e perigoso que era a sua antes da moda dos banhos terapêuticos. 'É preciso lembrar que, durante muito tempo, o litoral não era acessível à maioria da população por falta de estradas e transportes', afirma a historiadora Joana Gaspar Freitas. Para os pescadores era espaço de sustento. Para o Estado era fonte de receitas, pela cobrança de taxas alfandegárias, e de ameaças externas, por via da pirataria ou de invasões estrangeiras. E para o público em geral era um local desprezado, pouco conhecido e evitado.

In http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=ACC2F3A5-AB33-42CD-9F3A-655A8C3460A2&channelid=00000019-0000-0000-0000-000000000019