sábado, fevereiro 24, 2007

A Linha do Oeste

Actualmente, viajar na Linha do Oeste é quase embarcar numa viagem ao passado.
Entre estações com bonitos painéis de azulejo e pequenos apeadeiros, quase sempre sem ninguém, apenas uma via única conduz as composições extremamente antiquadas.
Neste cenário não é de admirar que os utilizadores do transporte ferroviário nestas regiões sejam cada vez menos.
Actualmente, os comboios que circulam são dos anos 60 e a actual Linha não suporta maior velocidade.
Os comboios são poucos, demoram muito tempo a efectuar o percurso, e os horários também não são os melhores.
Não sendo a oferta concorrencial, as pessoas não podem utilizar este meio de transporte. Deste modo, a falta de utentes não pode ser utilizada para a não realização de investimentos na Linha do Oeste.
Estudos já realizados, esclarecem-nos, por exemplo, que se a linha fosse melhorada e electrificada a viagem de Caldas da Rainha para Lisboa, ficaria reduzida em 30 minutos.
A modernização da Linha do Oeste tem de ser uma realidade, devendo estar integrada com o sector do turismo.
.
Em São Martinho do Porto, o cenário é idêntico à da maioria das estações.
Longe já vão os tempos em que a procura deste meio de transporte era muito grande.
Actualmente nem os bilhetes são comprados na estação.
Os horários são péssimos, mesmo para quem tem unicamente de ir até às Caldas da Rainha.
Por outro lado, existe um grande património da CP e/ ou REFER que deveria ter outra utilidade para a Vila.
Urge pois, e no caso concreto de São Martinho do Porto, a negociação entre a autarquia e a CP e REFER, procurando dignificar esses espaços em prol do desenvolvimento da Vila.
.
Um pouco de história:

A construção da Linha do Oeste teve o seu início em 1883.
Em 3 de Julho de 1887 é inaugurada a Linha do Oeste através de um comboio a vapor que faz a ligação de Lisboa à Figueira da Foz.
A Linha servia com custos relativamente baixos, quer o transporte de passageiros quer o transporte de mercadorias.
Em São Martinho do Porto estava construído junto à via um barracão que provisoriamente serviu de estação de caminhos-de-ferro.
Acresce dizer, que meses antes já tinha sido inaugurado o troço entre Torres Vedras e Leiria. Tendo também sido inaugurado o dito barracão em madeira, junto à linha e próximo do local onde se encontra a Estação de hoje, o qual serviu e deu apoio a mercadorias e aos passageiros.
Em 11 de Novembro de 1891 fica concluída a Linha de caminho-de-ferro que serve a Vila – a Linha do Oeste.

5 comentários:

Alzira Henriques disse...

Meu caro Ernesto,

Gostei da postagem.
Com efeito, numa era em que tanto se fala em transportes ferroviários (veja-se o caso do TGV)é lamentável que nada se faça para enriquecer uma linha que pode servir mais e melhor a população.
Só tenho pena que a referida linha ferroviária não ligue S. Martinho a Alcobaça mas sim a Caldas da Rainha.
É que, S. Martinho pertence a Alcobaça e, para tratar de questões oficiais é a esta cidade que têm que se deslocar.
Desculpe mas eu sou das pessoas que não quer a separação de S. Martinho de Alcobaça.

Ernesto Feliciano disse...

Cara Alzira,
De facto é uma pena a linha de comboio não passar por Alcobaça.
A estação mais próxima é a de Valado dos Frades.
O resto do trajecto tem de ser feito de autocarro, o que penaliza ainda mais a qualidade do transporte.
Concordo consigo, o concelho deve é estar cada vez mais unido.

Anónimo disse...

Caro Ernesto e Cara Alzira
Cá pelo nosso Concelho perde-se mais tempo a discutir o próprio umbigo do que as questões que realmente interessam ás populações.
Quantas reuniões existiram com a Refer para se reclamar a renovação do seu material nesta linha do Oeste?
Houve sim para se negociar um terreno para parque de estacionamento em SMP, por exemplo.
Estacionamento de quê? 20/30 carros? Será esta a solução real dos problemas de estacionamento em São Martinho do Porto?
Agora ao que parece até se quer o desvio do traçado da via férrea para que seja construida uma estrada paralela a essa via.
Por causa da requalificação?
Tenho pena que esta gestão pública vise casos pontuais e não questões de fundo.
Andam a servir-se da ingenuidade do povo para se auto-promoverem e vão atacando com propostas caricatas e desajustadas, que de uteis só têm servido quem as apresenta, ou o partido de quem as faz. É, como já ouvi algures, navegação á vista em geito de acção de bombeiros que vão apagando os fogos conforme eles vão aparecendo.
Adivinho que as estatisticas da Refer apontem para uma diminuição de utentes desta linha, não justificando assim qualquer tipo de investimento na renovação do seu material. Pois é, mas quando as empresas de camionagem apostam na comodidade, na rapidez e numa procura constante de novas clientelas, como é que a Refer quer ter mais passageiros?
Renovem as linhas, as carruagens, os horários, o número de combóios e verão se os utentes voltam ou não voltam.
Sou daqueles que ainda se lembra que até as estações e apeadeiros eram premiados pela decoração, manutenção, embelezamento e asseio.
Agora? Até as deixam cair. São os sinais do tempo que são geridos por quem só vê cifrões da maneira mais fácil, ainda que isso prejudique as populações que servem.
E como se poderá comparar a beleza e serenidade de uma viagem até Lisboa ou até à Figueira da Foz de combóio com qualquer outro meio de transporte?
Quanto ao facto de São Martinho não estar ligado a Alcobaça pela via férrea nada há a fazer, o traçado desta linha do Oeste não o previu.
Mais importante que isso ainda é o facto de nós cá sentir-mos que esta Vila, salvo em questões oficiais, não encontrar-mos elos de ligação a Alcobaça de qualidade nenhuma. Daí o aparecerem por cá de tempos em tempos uns abaixo assinados para a Vila mudar de Concelho.
Devo dizer que esta não é nem nunca foi a minha opinião, mas deixem que lhes diga que o povo precisa de sentir que dele se lembram sempre, não só quando as eleições estão á porta.
É preciso que as pessoas de boa fé se unam, e encarem todos estes problemas de frente e com coragem e se começem a formar correntes de acção indestrutiveis para que possamos ter um Concelho cada vez mais forte mais unido e mais virado para questões de real interesse para as populações e para o seu bem estar.
Parabens aos dois, a quem desde já me associo na mesma cruzada.
VENTOS DA BAÍA

Ernesto Feliciano disse...

Caro(a) Ventos da Baía,
Todos nunca seremos demais, para tentarmos fazer desta freguesia uma terra muito mais aprazível e com melhores condições para os nossos habitantes e para quem nos visita.
Qualquer sugestão, critica ou simples comentário este blog estará à sua disposição, assim como o meu email.

Anónimo disse...

Boa e actual postagem.
Gostei da iniciativa de colocar um artigo sobre este assunto.