terça-feira, maio 29, 2007

Incoerência e ingratidão políticas

Nos últimos seis anos a vida politica de São Martinho do Porto, tem conhecido alguma intermitência, fruto de várias campanhas partidárias ou independentes para a sua Junta de Freguesia.
Normalmente a vida em S. Martinho é calma e sem grandes sobressaltos, mas nestas alturas em que os interesses partidários se começam a definir, esgrimem-se no terreno as suas razões, que não as da terra, e começa a excitação, para não dizer a parvoeira.
E digo partidários, porque mesmo alguns independentes, aparecem aos olhos do eleitorado nessa condição mas mantêm atrás de si todo o apoio do partido que move a maioria dos seus componentes.
Foi assim em 2001, com duas listas Independentes, mas com uma delas de cunho e apoio declaradamente Socialista, (pese embora algumas tentativas para negar o evidente do seu então cabeça de lista, numa tentiva desesperada de caçar votos), e uma terceira do Partido Social Democrático.
Nestas coisas da politica, a máquina partidária é de primordial importância e como não poderia ter sido de outra forma, saiu vencedora mais uma vez a “do costume”, a do PSD.
Mas, como em tempos escreveu o meu amigo Paulo Fonseca, num pequeno intróito a uma fotobiografia da lista a que nós nesse ano pertencemos: “ ... a democracia não é perfeita e nem sempre o povo escolhe o melhor para si próprio ... o que fica para a história são os numeros ... e tambem estou certo que ... as eleições em São Martinho do Porto jamais serão iguais...”. Tinha razão o Paulo, nunca mais foram o mesmo, começou aí uma nova esperança que invadiu o povo e que se prolongou até às últimas eleições de 2005. Nestas, apenas duas listas mas desta vez firmemente definidas partidáriamente, PSD e PS.
Em ambas as ocasiões a população teve nas suas mãos a possibilidade de mudar o rumo desta terra. Não o entendeu assim e a sua voz é soberana, pelo que até 2005, a situação se manteve intacta, porque o executivo eleito não geria, ou geria à sua maneira, e a oposição não se opunha, era o marasmo completo, e pelos vistos o descalabro.
Conscientes de que a razão estava do seu lado, aqueles que mesmo perdendo acharam por bem continuar a pugnar por uma melhor oposição e maior transparência da vida pública, encetaram no local próprio, em Asssembleia de Freguesia portanto, uma caminhada de moralização que culminou infelizmente com toda a embrulhada politica que tem assolado de forma negativa a vida da nossa freguesia.
Ilegalidades e irregularidades, foram aparecendo talvez por ignorância administrativa e até por uma ausente fiscalização das inumeras oposições que sem o minimo de preparação por cá foram aparecendo.
É neste quadro, que a fazer fé no que as bocas do povo dizem, que se vislumbram no horizonte novas candidaturas ao orgão máximo da freguesia, porque o momento é propicío e pelos vistos “a fruta está a cair de madura”.
Oportunismo, protagonismo, cegueira politica e sobretudo ingratidão é o que me ocorre neste momento. Mais uma vez, de entre aqueles que deveriam saber reconhecer o valor e a capacidade de quem se bateu e continua a bater-se por causas justas e em defesa desta terra, aparecem ou perfilam-se no horizonte mais uns quantos que de tudo isto esperam tirar dividendos politicos e semear a divisão.
Numa altura em que seria precisa a união em torno de uma só candidatura, sobretudo daquela que teve a coragem e a competência para repôr nesta terra a legalidade e a justiça, aparecem os arautos do futuro, dos que de forma hipócrita se têm remetido ao silêncio e agora, quais felinos dissimulados por entre as ramas se preparam para cair em cima das suas presas moribundas. Nem num momento como o que se vive, despem a camisola do partido ou do interesse mesquinho e vestem aquela que deveria ter sido sempre a que envergavam, a de São Martinho do Porto.
É assim a injustiça dos homens, a ambição dos que não querem sequer reconhecer que em certos momentos da vida precisamos de introduzir aos nossos actos alguma coerência e dignidade.
Mais uma vez, a confirmarem-se os boatos que por aqui correm, a nossa gente vai assistir de pé e na primeira fila, à perda do futuro que tão bem poderia ser agora agarrado pela mão de todos nós. É por isso que um velho ditado neste caso faça todo o sentido: cada povo tem o governo que merece.
Lamentável.
António Inglês

30 comentários:

Ernesto Feliciano disse...

Amigo António,

Agradeço o envio deste artigo para publicação no blog.

Agradeço ainda, que faça a moderação aos eventuais comentários do artigo.

Um abraço.

Alzira Henriques disse...

Meu caro Amigo António,,

Como diz e bem, o povo é soberano.
Mas, na verdade, não acredito que o bom povo de S. Martinho se engane de novo.
Trabalhemos todos para o bem de S. Martinho.
Beijo Amigo

Anónimo disse...

Meu caro Ernesto

Este artigo foi um pedido seu.
Não o conteúdo mas um artigo, conforme está num recente comentário seu a um outro meu.
Desta forma apenas pretendo introduzir nesta bancada privilegiada que é o seu blog, uma discussão civilizada sobre um assunto que é particularmente querido a todos que vivem e respiram São Martinho.
Como já o fiz em outras ocasiões similares, responderei a todos os comentários que respeitem os princípios democráticos.
De qualquer forma acho essencial que todos nós fiquemos a saber a sua opinião, porque para SMP ela muito mais relevante do que a minha e por isso acho que pode e deve entrar sempre nestes comentários e diálogos e também fazer a sua aprovação prévia uma vez que os recebe primeiro que eu, até por uma questão de exclusão de um ou outro menos correcto que eventualmente possa aparecer.
Um abraço.
António Inglês

Anónimo disse...

Alzira

Os seus comentários são sempre uma delicia e por isso registo este de igual forma.
Acredito que o povo não se queira enganar, mas sabe que por vezes existem razões mais altas que influenciam as decisões.
Apenas faço uma chamada de atenção a todos os habitantes de SMP, porque esta hora é de unidade e não de divisão em nome do que quer que seja.
Esta gente já mostrou mais que uma vez que é disso capaz, e por isso de uma vez por todas deverão existir convergências de opinião em prol do bem e do futuro de SMP em vez de continuarem a dividir-se como de costume.
A causa comum deve sobrepôr-se ás causas pessoais ou partidárias.
Um abraço e sim, trabalhemos todos para o bem de S. Martinho

Anónimo disse...

Há coisas na política que me confundem!...

Para iniciar o meu comentário, gostaria de conhecer o parecer final do relatório de auditoria efectuado.

Parece-me prematuro emitirmos qualquer opinião antes de se conhecer este documento e, particularmente, continnuar a dizer que o povo diz, sem se dizer nada!...

Perdoem-me os autores do blog, Ernesto, e o autor deste artigo, António, pois eu não quero parecer demasiado duro na minha apreciação, sou no entanto intransigente na leitura e considerações que faço a alguns aspectos associados ao exercício de cargos políticos com repercussão na vida pública.

Afinal o que devemos esperar de uma Junta de Freguesia, e do seu responsável máximo o qual não é mais que um gestor público?...

• Garantir o funcionamento eficiente do organismo que gere através da gestão dos recursos disponíveis:
o Recursos Humanos;
o Recursos Materiais;
o Recursos Financeiros.
• Garantir o cumprimento das políticas sociais que se propôs;
• Garantir o cumprimento das politicas de desenvolvimento apresentadas;
• Garantir o cumprimento das políticas económicas e Financeiras anunciadas;
• Garantir a criação das condições de segurança básicas aos moradores.

Depois exige-se.... Seriedade!...
Seriedade na execução das acções necessárias ao comprimento dos aspectos referidos anteriormente, políticas e gestão pura e dura.

Pela leitura que tenho feito deste blog, o qual se tem mostrado bastante crítico negativamente e incisivo na análise política da acção desta “Junta”, parece-me existirem muitas dúvidas quanto a um aspecto basilar na vida em sociedade... a SERIEDADE!...

Deixo agora aqui algumas questões:

Afinal, o que existe de tudo o que foi referido anteriormente?... Nada?...

Afinal como se conseguem garantir todos estes aspectos antes de uma eleição, sem antes se conhecer se os candidatos, possuem ou não o perfil adequado para para desempenhar eficazmente a sua função?... Votando na lista... desconhecida?...

Afinal... se ninguém conhece o candidato ... porque se vota nele?...

Deixo desde já expresso que sou apartidário e gostaria de levantar estas questões apenas para meditação de todos nós, por forma a que antes de votarmos... saibamos o seguinte:

• Porque votamos;
• Para que causa estamos a votar;
• Em quem votamos.

Procurarei numa próxima abordagem, se assim se justificar, abordar outros aspectos do desempenho de cargos públicos...

Um abraço

Kamikase

Anónimo disse...

Meu caro Kamikase

O que se tem dito e falado na freguesia mais não é que o resultado de tudo aquilo que tem sido dito e escrito nas Assembleias de Freguesia.
O resultado da auditoria ainda não é público realmente, mas algumas coisas vão aparecendo sem que no entanto eu tenha deixado qualquer acusação mais grave directa ou indirectamente seja a quem for.
Apenas afirmo que pela Junta se têm detectado muitas irregularidades e ilegalidades. Isto é um facto está devidamente confirmado até pela voz dos membros do executivo.
Quanto á descrição clara e muito precisa das funções que se esperam de um executivo, estou inteiramente de acordo consigo meu caro, só discordo quando pergunta o que existe de concreto. Existe, e só não sabe quem não frequenta as Assembleias de freguesia.
No caso particular de São Martinho do Porto, o candidato que tem ganho nos últimos anos é sempre o mesmo poderá estar ou não com o mesmo elenco, por isso não será um desconhecido.
Quanto aos outros que se têm apresentado a sufrágio, tirando raras excepções, todos os conhecem.
No que ao Ernesto diz respeito, não sou seu advogado de defesa, mas a sua acção na Assembleia de Freguesia em prol desta terra diz bem da sua qualidade, da sua honestidade e da sua competência.
Mas meu caro, os políticos são como diz, devem ser analisados como as melancias ... só depois de abertos é que se sabe se são bons...
Mais um pormenor. Não tem de me pedir desculpa de nada. A sua opinião é e será sempre bem vinda, este penso eu é um espaço aberto, democrático e onde todos podemos trazer á discussão a nossa opinião.
Era só o que faltava que o meu amigo que não sei quem é, me tivesse que pedir desculpa.
Faz muito bem em estar muto atento a tudo o que rodeia São Martinho do Porto.
Um abraço.
A. Inglês

Anónimo disse...

Meu caro Kamikase

Ainda mais uma pequena achega ao seu comentário, é que ele vem ao encontro da mensagem que pretendi passar.
Repare que nada se sabe de concreto, e eu digo-o no artigo que escrevi, apenas uma ou outra coisa e já se perfilam candidaturas... estamos a dois anos de distância...
Por isso acho que este terra tem mais que nunca de estar unida.
É altura de dizer basta às divisões, e temos tempo... ainda a procissão vai no adro...
A.Inglês

Anónimo disse...

Caro António,

Este meu comentário, não procura por em causa a existência de situações anómalas. Claro que elas devem estar a acontecer!
O que eu pretendo é lançar um repto a todas as pessoas que exercem o direito de voto, que o façam de plena consciência!...

Gostaria que a atitude das pessoas perante a política, fosse como a atitude de um cliente de uma empresa, para com os produtos ou serviços oferecidos por essa empresa.

Gostaria que a atitude dos políticos perante a política, fosse como a dos executivos das empresas privadas perante os compromissos estratégicos que assumem e os resultados que obtêm.
Com uma agravante no caso dos políticos, é que estes têm uma responsabilidade social com uma dimensão muito superior, que os executivos das empresas privadas.

No fundo, gostaria que a atitude das pessoas fosse crítica e de selecção natural pela competência e desempenho, e não por conveniência.
Gostaria também que a atitude dos políticos fosse profissional e responsável investida do cunho de missão, e não projecção pessoal.

Gostaria de encontrar um dia um conjunto de pessoas que, independentemente das suas ideologias políticas, ou filiações partidárias, apresentassem um lista de candidatura, onde todos os habitantes soubessem as competências de cada elemento e de que forma a poderá colocar ao serviço da população.
Em complemento aos exemplos de foquei sobre a atitude das pessoas e dos políticos, gostaria de os ouvir enaltecer as opções positivas, tomadas por um executivo, assim como gostaria de ver um executivo reconhecer os erros que comete e aceitar as critícas construtivas que lhe sejam dirigidas.

Mais ainda, podermos ver esse executivo, tomar decisões e proceder a correcções de acordo com as críticas ouvidas.

Um abraço.

Kamikase

Anónimo disse...

Caro António,

Só depois de enviar o meu último comentário, reparei que me tinha respondido.

Concordo plenamente consigo nesta sua achega final.

Kamikase

Anónimo disse...

Meu caro Kamikase

Também eu me identifico com a nova descrição do que entende seria o ideal para futuros actos eleitorais.
Infelizmente, será difícil isso acontecer porque quem normalmente se encontra nestes cargos está ao serviço de um partido ou ao serviço de razões que a razão desconhece.
Também lhe digo que como assisto à maior parte da Ass. Freguesia, nem tudo é criticado, algumas coisas merecerão aplauso, o que eu tenho dificuldade é em encontrar... muitas.
Depois existirão erros e irregularidades que não podem ser rectificados com a simples decisão de passar um pano sobre o assunto.
Infelizmente esta é a realidade, e não quero com isso afirmar que o executivo é menos honesto por causa disso, apenas a sua gestão tem vindo a ser demasiado "descontraída" para que tudo esteja nos sítios certos.
Disponha sempre, e se achar interessante sei que não só eu mas outros amigos que neste blog fazem os seus comentários, estaremos ao seu dispor para uma boa troca de ideias com vista a uma cada vez melhor democracia, despindo toda e qualquer uma camisola partidária.
Um abraço
A.Inglês

Anónimo disse...

Meus caros,

Primeiro que tudo queria agradecer ao meu amigo António pela citação, já não me lembrava de o ter escrito mas estou completamente de acordo comigo próprio ;-)
Escrevi aquele texto num determinado contexto, após a eleições em que a lista que apresentamos para mudar S. Martinho, de uma forma empenhada e sem motivações pessoais, não foi aceite pela população. Depois disso já participei noutro acto eleitoral e o resultado foi o mesmo embora desta vez por uma diferença mínima. A minha opinião continua a ser a mesma, mas talvez introduzisse uma variante, para além das pessoas que realmente não escolhem o melhor para elas (entenda-se como sociedade e não como indivíduos) há uma parte das pessoas que, conscientemente, faz a sua opção de acordo com o interesse pessoal no momento. Esses são aqueles que vemos hoje a apoiar incondicionalmente uma pessoa e amanhã na primeira fila dos críticos.
Tem toda a razão em relação à exigência que devemos ter em relação a quem desempenha cargos púbicos, meu caro ‘Kamikase’, mas neste aspecto penso ser um circulo vicioso, os políticos nem sempre dignificam a sua função, consequentemente a população não respeita que exerce os cargos, consequentemente que poderia trazer algo de novo a esta actividade tão nobre não se sente motivado.
Esperemos que com o amadurecimento da nossa democracia esta situação se vá alterando.

Paulo Fonseca

Anónimo disse...

Meu caro Paulo

Eu vou fazendo por relembrar aquilo que os meus AMIGOS me vão dizendo ao longo da vida. Evoco-os mesmo quando quando a situação o justifica, por isso os relembro com frequência, e neste caso a oportunidade surgiu.
Nem me atrevo a fazer nenhum comentário àquilo que diz, porque mais uma vez o Paulo foi mais que eloquente.
Sei que comungamos dos mesmo ideais para São Martinho do Porto e sou testemunha do que o Paulo sente pela sua terra em especial pelo seu "cantinho" Vale Paraíso.(Lá estivemos na Festa da Espiga porque a tradição ainda é o que era)
Só lamento que esse sentimento não tenha o devido retorno, o que vem trazer a este diálogo a prova viva de que muitas vezes o povo não escolhe o melhor para si.
Normalmente na vida estas situações repetem-se, a grande maioria das pessoas só acaba por sentir a falta que outros lhes fazem depois de um afastamento provocado ou não.
Meu caro, é sempre bom trazê-lo a este convívio e como vê, por aqui se vão criando novas discussões e novos amigos.
Um abraço
António Inglês

António Inglês disse...

Meu caro Ernesto

De acordo com aquilo que me foi solicitado, entendo que devo conceder ao seu blog o prémio Blog dos Tomates por tudo aquilo que tem escrito de forma frontal e pelo papel que começou a representar em toda a nossa comunidade

Um abraço

José Gonçalves

Ernesto Feliciano disse...

Caro José Gonçalves,

Mas que responsabilidade!!!

Desde já quero agradecer-lhe a honrosa distinção que atribuiu a este blog.

Alzira Henriques disse...

Olá a todos,

Boa discussão esta que aqui é feita.
Viver em democracia é isso mesmo: exercer o contraditório, opinar, concordar ou discordar. Aí está a riqueza do regime que defendemos e que, muitas vezes algumas pessoas esquecem que existe.

Dizia o Kamikase que a função do político é " Garantir o funcionamento eficiente do organismo que gere através da gestão dos recursos disponíveis:
o Recursos Humanos;
o Recursos Materiais;
o Recursos Financeiros.
• Garantir o cumprimento das políticas sociais que se propôs;
• Garantir o cumprimento das politicas de desenvolvimento apresentadas;
• Garantir o cumprimento das políticas económicas e Financeiras anunciadas;
• Garantir a criação das condições de segurança básicas aos moradores.

Depois exige-se.... Seriedade!...
Seriedade na execução das acções necessárias ao comprimento dos aspectos referidos anteriormente, políticas e gestão pura e dura."

Em minha modesta opinião, a política é isso e muito mais:
A POLÍTICA É O EXERCÍCIO DO IDEAL DE SERVIÇO PÚBLICO.
E, aqui mora o grande busilis da questão. É que, a quantidade de exemplos do que um político não deve nem poder ser e, que encontramos semeados por este pequeno país fora, leva cidadãos honestos a rebelarem-se contra os políticos. O que é mau.

Embora não sendo de S. Martinho do Porto, tenho acompanhado muito de perto o trabalho desenvolvido pelo Ernesto, o qual alberga em si a mais valia de ter consigo um grupo de amigos que o secundaram na lista eleitoral apresentada a sufrágio nas últimas eleições autárquicas e, para lhe ser franca, gosto do que tenho visto, não só pelas pessoas, mas sobretudo pelo trabalho que têm desenvolvido e pela forma empenhada e em equipa como o têm feito. Tenho visto seriedade e espero continuar a ver.
Por tudo isto, apenas posso dizer que, caso se confirmem todas as ilegalidades que têm vindo a público como cometidas pelo actual executivo da Junta de Freguesia do PSD, é dever do Ernesto e do grupo de cidadãos que o acompanhou constituir-se como alternativa democrática que credibilize o exercício do poder autárquico em S. Martinho do Porto.

Bem hajam pela discussão cívica.

Anónimo disse...

Minha amiga Alzira Henriques

Quando o Ernesto me solicitou um artigo para postar aqui no seu blog, estava longe de pensar que ele viesse a possibilitar realmente um diálogo tão interessante e democrático como este que se tem desenrolado.
Agora temos uma mais valia acrescida com a sua participação, não só pela amizade que nos une mas também porque sei que a sua intervenção politica no nosso Concelho é relevante e reconhecida.
Por outro lado, temos o privilégio de encontrar por este cantinho pessoas verdadeiramente interessadas em discutir civilizadamente as questões da nossa terra, o que prova que afinal existe gente atenta e que aquilo que os move é apenas o melhor para São Martinho do Porto.
A Alzira não é de SMP como diz, mas a sua opinião e daqueles que vivem os problemas da NOSSA terra, é importante porque os problemas locais não dizem apenas respeito aos que cá moram, são problemas iguais a tantos outros do nosso País e portante são problemas de todos nós.
Agradeço-lhe desde já a sua valiosa participação.
Um abraço amigo
António Inglês

Anónimo disse...

Meus caros Ernesto e António

Em resumo:
-Sabe-se que existiu uma auditoria à Junta de Freguesia de São Martinho do Porto;
-Sabe-se que existem ilegalidades e/ou irregularidades;
-Sabe-se que o processo ainda decorre:
-Sabe-se que este mandato tem a duração de quatro anos;

-Não se sabe que resultados essa auditoria apurou;
-Não se sabe que gravidade terão as irregularidades apuradas;
- Não se sabe que tipo de responsabilidade pende sobre o executivo da Junta;

Estamos a meio do mandato, com alguma instabilidade é certo, mas legítimo porque é resultante de uma eleição que ditou a vontade popular, e por força disso respeitável e para cumprir até ao fim dos quatro anos.
Tudo o que no ar tem andado, são tão só as opiniões de cada um de nós que nos interessamos pelo futuro de SMP, mas que não passa disso mesmo.
Por via disto, e não é uma particularidade cá do burgo, quando as coisas começam a ficar um pouco nebulosas, começam a perfilar-se os salvadores da "pátria" que nestas ocasiões mais fragilizadas aparecem em bandos.
Tenho sido um critico deste executivo, como se tem visto nos meus comentários, mas daí até me pôr em "bicos dos pés" vai uma grande distância.
Estes homens que gerem a Junta de São Martinho, enquanto nada de concreto estiver apurado, têm direito a ser respeitados, e mesmo que após o resultado dessa auditoria, ela não lhes venha a ser favorável, continuarão a merecê-lo na mesma porque, estou certo, se não fizeram melhor foi porque não puderam ou não souberam e nunca porque a sua honorabilidade tenha estado em causa.

Mas os tais "salvadores" já andam aí, como abutres. Querem tudo, querem estar em todo lado, como se por cá só existissem eles, e apenas eles.
Deixem que as coisas se esclareçam meus caros. Não se apressem porque esta procissão já tem andores que cheguem.
VENTOS DA BAÍA

Rakel Macedo disse...

Bom dia!
Antes de mais nada os meus parabéns ao nosso amigo Inglês. Gosto sempre de ler o que escreve. Por vezes, mesmo quando posso discordar de um ou outro ponto só dá vontade de aplaudir :) Gostaria de possuir o mesmo dom da palavra!
A democracia é algo que deveria estar acessível a todas as pessoas. Acho que só dessa maneira podemos crescer, evoluir e melhorar o local onde vivemos. Quando se vive sómente à sombra do que alguns pensam nunca surgem novas ideias, nem ideais, que poderão mudar tudo para melhor. Para mim quanto mais diferentes forem as pessoas que formam uma lista (partidária, independente, seja como for) melhor. Por «diferentes» eu quero dizer que tragam diversas soluções para os mesmos problemas, que tragam novas ideias onde o marasmo se instalou, que tragam dinâmicas diferentes para se poder crescer em «todas as frentes».
No entanto apesar de diferentes as pessoas têm de ser iguais em algo, na luta pelo melhoramento de S. Martinho.
Muito se tem feito, temos de concordar.
No entanto, muito há ainda a fazer.
Há que se dinamizar o Turismo. Não há um Hotel, poucas opções nocturnas existem, não há animação na praia nem nas ruas, e tirando o «Verão de S. Martinho» (a que poucos têm acesso e em que a maioria das actividades nem sequer são em S. Martinho) pouco ou nada há para fazer durante a época balnear.
Mas, sem pensarmos no Turismo (que mal ou bem ainda é a maior fonte de rendimento de S. Martinho)temos de pensar nas pessoas de «cá». Em nós todos.
Há tanta coisa para fazer.
Não quero transmitir que o actual Executivo tem estado parado. Não tem. Mas, há tantas coisas a fazer quando as olhamos com olhos de ver. Para quem quer trabalhar, nunca em lado nenhum, falta trabalho.
As últimas eleições deram a vitória a quem deram. O povo é soberano, lá está. Vota de acordo com os seus ideais, com as promessas ouvidas, ou até por vezes vota de acordo com quem fez uma campanha eleitoral mais «faiscante». O povo manda. Nas próximas eleições se verá.
Ilegalidades e irregularidades, quando sujeitas a um olhar atento, há em quase todo o lado. Com mais ou menos gravidade, com mais ou menos mediatismo. Há que as corrigir. E seguir em frente; evitar voltar a cair nos mesmos erros. Há que avançar sem se ficar sempre a repisar nas mesmas coisas.
São Martinho sempre foi povoado por boatos. De toda a espécie e feitio. A minha opinião é que as pessoas têm de se deixar de boatos, e isso só acontecerá quando os deixarmos de ouvir. À que dar a cara. Assumir o que se diz, não lançar boatos.
S. Martinho não precisa de boatos, precisa de acções.
Um beijinho

Anónimo disse...

Minha amiga Rakel

Fico sempre sem palavras quando alguém me elogia, não só por ser raro, mas também por saber que não mereço tanto.
Agradeço-te os considerandos, mas penso que sabes que não é de agora que eu sempre quis e pugnei pelo melhor para São Martinho do Porto sem pretender nada em troca.
Talvez não tenha sido essa a leitura que muitos fizeram, daí que em muitas cabeças paire a ideia de que eu apenas me intrometia na vida da "nossa" terra por querer disso tirar partido.
Digo "nossa", não por de cá ser natural, mas por ter sido esta a terra onde entreguei o meu futuro e onde o meu filho mais novo se tem feito HOMEM.
Só que por vezes existem interesses que desconhecemos e que de uma forma ou de outra toldam o raciocínio de algumas pessoas o que lamento.
Em São Martinho nunca encontrei realmente um grupo delas que pusesse acima de tudo uma confluência de interesses que permitissem a esta terra um desenvolvimento cultural, turístico e social de acordo com aquilo que ela merece e precisa.
Como dizes, e sei que sabes, eu sou critico da gestão deste e dos anteriores executivos, mas não tenho nem nunca tive a veleidade de querer ter sempre razão. Vejo as coisas à minha maneira, mas sempre fui leal, e reconheço que nem tudo foi mau. Não se pode é deixar que as coisas se eternizem sob pena de perdermos o futuro dos que nos seguirão.
Contrariamente ao que dizes, não tenho o dom da palavra, e nem sei se algum dom terei, sou eu e apenas eu o António Inglês que conheces e que gosta de participar activamente no seio comunitário que me envolve.
Tenho feito por isso ao longo dos anos que por cá vivo e disso foste mesmo testemunha enquanto fiz parte do elenco executivo da Casa da Cultura de que muito me honro de ter pertencido. Graças a Deus e ao nosso trabalho na altura, conseguimos implementar em São Martinho muitos eventos, alguns infelizmente deixados "cair" senão quase todos mesmo, porque a cultura não tem a mesma leitura para todos.
Um grande beijinho para ti também e volta sempre.
Uma beijoca das grande e "fofa" à tua bébé.
António Inglês

Anónimo disse...

Caro Ernesto e restantes comentadores.

Não sei se este é o local indicado, mas aproveitando um aspecto focado pela Rakel Macedo, referente à criação de condições para que S. Martinho se apresente “competitivo” nas vertentes turística e lúdica, gostaria de saber qual a vossa opinião sobre a forma de o conseguir.

Este é um aspecto interessante e preocupante, pois é necessário o desenvolvimento, mas de forma equilibrada, para que possamos ter os nossos filhos a divertir-se perto de casa, sem necessidade de “palmilhar” quilómetros, com os riscos inerentes, usufruindo das condições de conforto e segurança necessárias.

Por outro lado é necessário este desenvolvimento, para garantir o desenvolvimento turístico de S. Martinho, cativando todos aqueles que, dispondo já de casa na vila, venham com maior frequência durante o ano, e toda a restante população potenciais consumidores de oferta turística.

Ao levantar esta questão parece-me podermos trocar ideias sobre as formas de o conseguir, sem contudo estarmos a apresentar “programas eleitorais”.

Se entenderem que este não é o fórum adequado, compreendo perfeitamente, e peço que me perdoem a sugestão.

Um abraço

Kamikase

Anónimo disse...

Meu caro Kamikase

Eu não sou o Ernesto mas faço parte dos restantes comentadores.
Já nos conhecemos deste local que se está a tornar num autêntico fórum de ideias e sugestões.
Pela minha parte estou disponível para trocarmos impressões por esta via e ficarmos assim a saber a opinião uns dos outros.
Permita-me no entanto uma outra sugestão que seria seguramente mais interessante:
- escreva o meu amigo um texto sobre as condições de vida em São Martinho do Porto, até porque a abordagem é sua e muito bem, e acredito que o nosso amigo Ernesto o publicará.
Dessa forma poderemos depois partir de um documento de reflexão que servirá para uma discussão interessante e frutuosa.
Deixo a ideia ao seu critério e acho o assunto perfeitamente pertinente. Este é o local onde todos podemos de forma civilizada trocar impressões e ideias e até lançar sugestões.
Em jeito de informação, gostaria entretanto de o informar que muito em breve irá ser criada uma TERTULIA de São Martinho, onde semanalmente todos aqueles que se quiserem encontrar o poderão fazer por forma a trocar-mos ideias, sugestões e experiências estreitando até laços de amizade entre muitos de nós que nem nos conhecemos.
Oportunamente trarei aqui novos e mais precisos dados sobre esta Tertúlia.
Um abraço e bom fim de semana, até porque o meu infelizmente começa mais cedo.
António Inglês

Alzira Henriques disse...

Assim sim...
Vale a pena promover o saudável diálogo, troca de opiniões e sugestões.
Parabéns meus Amigos.
De forma ética e acertiva, vão-se discutindo os assuntos que a todos interessam e, para melhorar a qualidade do debate, seria até bom que algum representante do executivo da freguesia se juntasse a ele.
Isto é que é a democracia a funcionar...
Agora estamos todos à espera do mote do Kamihase.
Venha ele e que o diálogo se fortaleça, a bem de S. Martinho do Porto.

Anónimo disse...

Caríssimos,

Aproveitando os últimos comentários sobre o prémio atribuido a este blog, irei ironizar, esperando que não interpretem mal esta brincadeira.

Acabei de ficar com "os tomates" do meu lado!...

Aceito o desafio, e logo que me seja profissionalmente possível, durante o fim de semana, espero eu, entregarei a base da discussão ao Ernesto para que ele a reveja, melhore e publique.

Como tal, espero que durante a próxima semana possamos conversar animadadamente sobre o tema "turismo e ambiente lúdico em S. Martinho".

É interessante a sugestão da Alzira, sugerindo a participação de elementos do executivo da Junta por forma a enriquecer o debate.

Um abraço

Kamikase

Ernesto Feliciano disse...

Amigo António,

Como vê, fiz bem em insistir consigo para fazer um artigo para publicar no blogue.

Tenho assistido a um diálogo muito interessante, por pessoas que gostam da nossa terra, e que têm vontade que São Martinho tenha um outro rumo.

Refere no seu artigo que temos tentado em sede de Assembleia de Freguesia inverter determinados acontecimentos que têm marcado a nossa freguesia.

Infelizmente, a vontade da maioria eleita vai prevalecendo, e situações muito dúbias vão continuando.
Aliás como tenho referido neste blogue.

Sente-se na Assembleia de Freguesia que não se veste verdadeiramente a camisola da terra, e projectos, ideias e conselhos, que são bons (como eles até o referem), mas que sendo nossos, são rejeitados.

Quanto ao futuro: infelizmente já em 2005 era tarde para trabalhar por um outro rumo.

Passaram-se 2 anos, e sinceramente não vejo mais valias que este executivo tenha feito pela nossa freguesia.
Podem achar que estou a exagerar, que me estou a esquecer de alguma coisa …
Mas os que assistem às assembleias de Freguesia compreendem o que estou a dizer.

Amigo António, os seus artigos têm que continuar.

Ernesto Feliciano disse...

Amiga Alzira,

Como refere, temos de trabalhar todos por São Martinho do Porto.

A união, como diz o povo, faz a força, e de facto a nossa freguesia necessita que todos nos abracemos em prol dela.

Por último, um agradecimento pelas suas palavras, reconhecendo o trabalho positivo que temos feito.

Um beijo, e bom fim-de-semana.

Ernesto Feliciano disse...

Amigo Kamikase,

Começa por falar, e muito bem, no papel que os políticos devem ter na sociedade, bem como nas qualificações e no perfil adequado que os candidatos devem possuir, bem como refere uma descrição do ideal para os actos eleitorais.
Concordo consigo, bem como com o que a Alzira e o António, argumentaram em seu complemento.

Sobre as questões da auditoria, acho que neste momento devemos agir com a máxima serenidade.
A imprensa regional já fala num possível cenário de eleições antecipadas, mas não nos devemos estar a precipitar com grandes considerandos sem a análise das conclusões da auditoria elaborada pelo Tribunal de Contas.

Podemos e devemos, como aconteceu neste artigo, opinar sobre melhores condições para a nossa freguesia, sem que isso tenha que pressupor que se está a trabalhar num cenário pré eleitoral.

Vamos dar as mãos e tentar um outro rumo para esta nossa terra.

Por último, reitero o convite do amigo António para elaborar um artigo sobre a nossa freguesia.

Um abraço, e bom fim-de-semana.

Ernesto Feliciano disse...

Amigo Paulo,

Quero reiterar-te o convite para fazeres artigos para o nosso blogue.
Estou a aguardar …

Os teus artigos fazem faltam.

Um abraço e bom fim-de-semana.

Ernesto Feliciano disse...

Caro “Ventos da Baía”,

Como já o disse anteriormente, temos de agir com tranquilidade e serenidade.

No seu devido tempo, irei-me pronunciar sobre esse assunto.

Um abraço e bom fim-de-semana.

Ernesto Feliciano disse...

Amiga Raquel,

Reconheço o teu gosto pela nossa terra, e espero contar contigo neste trabalho em prol de São Martinho.

Como dizes, muito há que fazer, e esse fazer passa por diversos actos.

Considero, modestamente, que através dos comentários, opiniões e artigos deste blog, já algo estamos a fazer pela nossa freguesia.

Mas não chega..., temos que passar aos actos, e aí, o contributo de todos ainda é mais essencial.

Vamos a isso?

Um abraço e bom fim-de-semana.

Ernesto Feliciano disse...

Amigo Kamikase,

Num dos seus comentários refere que seria óptimo os elementos do executivo da junta participarem neste fóruns.

É uma ideia muito boa.

Deixe-me no entanto dizer que este blog é visionado com atenção por responsáveis do nosso concelho.

A nível da nossa freguesia, elementos eleitos pela outra lista, frequentemente comentam, e opinam no blog, como por exemplo, a Raquel.