quinta-feira, julho 24, 2008

Geociências: Conferência internacional em Coimbra inventaria estado da cooperação na CPLP...


A divulgação da cooperação em Ciências da Terra dos países lusófonos nos domínios político, empresarial, académico e educacional, é o objectivo de uma conferência internacional agendada para 13 e 14 de Outubro na Universidade de Coimbra.
"É um fórum de apresentação de toda a cooperação naquelas quatro áreas", disse à agência Lusa Maria Helena Henriques, coordenadora do Comité Português para o Ano Internacional do Planeta Terra e docente do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a entidade organizadora.
A conferência internacional subordinada ao tema "As Geociências no Desenvolvimento das Comunidades Lusófonas", contará com 70 comunicações, de especialistas da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), e quatro visitas de campo, vocacionadas para a formação dos participantes, uma delas ao Parque Natural do Fogo, em Cabo Verde, com escalada ao imponente vulcão, com 2.829 metros de altura.
Segundo Helena Henriques, durante a visita à Ilha do Fogo, a decorrer entre 15 e 20 de Outubro, será lançado o primeiro guia de geoturismo do Parque Natural do Fogo.
Na conferência internacional vão apresentar comunicações os intervenientes na cooperação no domínio das Ciências da Terra, sejam empresários, políticos, investigadores ou educadores, e o objectivo é que anualmente este fórum seja reeditado, eventualmente já em 2009 no Brasil.
Segundo Helena Henriques, há necessidade de os geocientistas articularem as suas actividades e, nesse sentido, dando relevância às ciências da terra, o Comité Português para o Ano Internacional do Planeta Terra traduziu todo o material para a língua portuguesa para que pudesse ser partilhado no espaço da lusofonia.
Sendo a primeira conferência internacional sobre o tema, será também uma oportunidade para fazer um inventário das competências actuais dos geocientistas no seio da CPLP, acrescentou.
"Neste momento já existe uma actividade intensa, mas que não tem visibilidade", acrescentou, por seu turno, Lídia Catarino, igualmente docente no Departamento de Ciências da Terra da FCTUC e membro da organização,
Entre as comunicações a apresentar incluem-se trabalhos de natureza técnica e histórica ao nível da investigação, de aproveitamento de recursos, bem como de projectos educativos de desenvolvimento sustentável que têm sido dinamizados por pequenas escolas do Brasil.
Além do espaço de partilha de ideias, da análise de políticas de cooperação e desenvolvimento e de projectos de investigação científica entre os diversos países de expressão em língua portuguesa, esta conferência pretende ter uma acção formativa junto da população universitária dos diversos países de língua oficial portuguesa, referem os promotores.
"Ano Internacional da Terra: cenários de cooperação na CPLP", "Geociências e actividade empresarial no espaço lusófono", "Geociências e cooperação científica no espaço lusófono" e "Geociências e lusofonia: uma agenda para o século XXI" são os temas dos painéis. De entre os temas científicos estão previstos: "Geologia e Ordenamento do Território", "Prospecção de Georecursos" e "Educação para o Desenvolvimento Sustentável".
Além das visita de campo à Ilha do Fogo, em Cabo Verde, os interessados têm oportunidade em participar em mais três visitas em Portugal, uma delas, a 10 e 11 de Outubro, para avaliar o potencial petrolífero da Bacia Lusitânia, uma zona que inclui o Cabo Mondego e S. Martinho do Porto.
A encerrar a conferência deverá ser divulgada a Declaração de Coimbra, que será subscrita pelos participantes e pelos Comités Nacionais para o Ano Internacional do Planeta Terra, de Portugal, Brasil, Moçambique e de Cabo Verde, este último em fase final de constituição.
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Fonte - Lusa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mar por la tarde nos Salgados

Altos muros del agua, torres altas,
aguas de pronto negras contra nada,
impenetrables, verdes, grises aguas,
aguas de pronto blancas, deslumbradas.

Aguas como el principio de las aguas,
como el principio mismo antes del agua,
las aguas inundadas por el agua,
aniquilando lo que finge el agua.

El resonante tigre de las aguas,
las uñas resonantes de cien tigres,
las cien manos del agua, los cien tigres
con una sola mano contra nada.

Desnudo mar, sediento mar de mares,
hondo de estrellas si de espumas alto,
prófugo blanco de prisión marina
que en estelares límites revienta,

qué memorias, qué rocas, yelos, islas,
informe confusión de aguas y nada,
qué mares, encendidos prisioneros,
dentro de ti, bajo tu pecho, cantan?

Qué violencias recónditas, qué labios,
conmueven a tu piel de verdes llamas?,
qué desoladas aguas, costas solas,
qué mares invisibles, mar, alías?,

dónde principias, mar, dónde te viertes?,
dónde principias, tiempo, vida mía,
ejército de humo y de mentira,
adónde vas, latido, carne, sueño?

¿Dónde te viertes, avidez de nada?
No soy la piedra que se precipita,
soy su caída, y más, soy el abismo,
el círculo de sombra en que se ahonda.

Tiempo que se congela, mar y témpano,
vampiro de la luna ?o se despeña:
madre furiosa, inmensa res hendida,
mar que te comes vivas las entrañas.


Octavio Paz